Há inúmeras pesquisas, ensaios, experimentos e publicações, relacionando o consumo moderado e frequente do vinho com os benefícios para saúde. O objetivo deste artigo Vinho & Saúde é juntar algumas dessas informações que fundamentam as afirmações dos cientistas e pesquisadores. E que ao final deste, você leitor possa tirar as suas próprias conclusões se afinal, beber um bom vinho é mesmo auxiliar no ganho da sua saúde ?
Ação do Vinho no Cérebro
Um estudo publicado pelo Grodon M. Shepherd,PhD na Universidade de YALE e que também virou um livro chamado Neuroenology aborda diversas atividades e benefícios das substâncias benéficas contidas no vinho para o nosso cérebro. Ele afirma que degustar um bom vinho envolve mais o cérebro do que qualquer outro comportamento humano. Diz que o vinho aguça o cérebro desencadeando uma série complexa de ‘interplays’, impulsos e conexões. No ato de degustar um vinho ativa através dos aromas e gostos receptores que enviam sinais ao cérebro desencadeado um enorme trabalho cognitivo. Rapidamente o cérebro ativa o sistema de memórias, chamado do reconhecimento padrão onde ocorrerá o julgamento, a emoção e o prazer. Ele afirma que degustar um bom vinho envolve o cérebro profundamente, pois ativa todos os sentidos, ocorre um afinco mental, procurando maximizar a produtividade.
Já um outro estudo realizado pelo Paul Schimmel, PhD , indica que o resveratrol ativa um caminho químico que ajuda a limitar o estresse e dano no DNA das células do cérebro, que resultaria em envelhecimento e doenças. Evidencia que baixa a inflamação nas células cerebrais, que ajuda a limpar toxinas incluindo aquelas que causam doenças sérias no cérebro. A pesquisa mostra também que o vinho ajuda a proteger o cérebro após um derrame.
E um dos mais interessante estudos que li publicado em 2018 pelos pesquisadores Paula Silva e David Vauzour com o título ( Wine Polyphenols and Neurodegenerative Diseases: An Update on the Molecular Mechanisms Underpinning Their Protective Effects) aborda a ação dos polifenóis presentes no vinho podem ter potencial neuroprotetor em retardar o início de doenças neurodegenerativas como Parkinson e o Alzheimer. O estudo mostra “evidências epidemiológicas, in vitro e in vivo sugerem uma correlação inversa entre o consumo de vinho e a incidência de doenças neurodegenerativas. Os benefícios do vinho são, em grande parte, atribuíveis à ingestão de polifenóis específicos, que medeiam a função celular em condições normais e patológicas.”
Ação do Vinho no Sistema Cardiovascular
Sem dúvida essa é ação benéfica mais conhecida e talvez a mais estudada e publicada sobre o consumo moderado e frequente de vinho. Um estudo que li por título ( Wine, alcohol, platelets and the French Paradox for coronary heart disease ), realizado por um pesquisador francês chamado Serge Renaud, PhD , buscou esclarecer o por que os franceses, que tem em sua dieta tradicional o consumo de muitas gorduras como queijos, leite, manteiga, que são fontes de gorduras saturadas e também de carboidratos, não apresentavam altos índices de problemas cardiovasculares ? Esse fato até conhecido como o “Paradoxo Francês“. O estudo indicava que o consumo de vinho como parte da alimentação dos franceses durante as refeições poderia explicar esse benefício de proteção ao sistema cardiovascular, fazendo com que esses povos apresentassem baixos índices de infarto e doenças nas coronárias.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia reconhece a ação antioxidante e preventiva do vinho. São mais de 1000 substâncias ativas e que cerca de 600 delas já foram estudadas por inúmeros pesquisadores mundo a fora. Mas fica sempre o alerta que o dano orgânico ocasionado pela ingestão elevada de álcool ocorre quando esse consumo é maior do que a capacidade do organismo de metabolizá-lo (SBC, 2011).
Em uma publicação denominada ( Vinho e Saúde: uma revisão ) pela Prof. Dra. Neide Garcia Penna, ela aborda diversos aspectos da atividade da ação do vinho no “LDL pois tende a depositar-se nas artérias, o HDL ajuda a remover aquele já depositado, reduzindo o risco de arteriosclerose e de infarto. Este efeito é devido ao fato de que as substâncias fenólicas, entre elas o resveratrol, existentes nos vinhos tintos, impedem a oxidação de lipídeos polinsaturados, os quais são componentes das LDLs. Além do mais, estas substâncias são capazes de agir sobre as placas de gordura (ateromas) localizadas nas artérias, as quais levam à redução da luz do vaso, bem como inibir a formação de coágulos sanguíneos (trombos), algumas das maiores causas dos problemas vasculares.
Outras Ações do Vinho Sobre a Saúde
Um estudo realizado na UNILAGO por Ana Karla Miranda Prado e Maicon Henrique Caetano com o título ( Os Efeitos do Consumo do Vinho na Saúde Humana ), aborda vários benefícios do vinho para saúde em diversos aspectos como na artrite, pois tem propriedades antiinflamatória. Nele citam um estudo onde constatou-se que consumo moderado de vinho diminuiu a incidência de alguns tipos de cânceres como Linfoma não-Hodgkin. O vinho consumido de forma moderada melhora a sensibilidade das células periféricas à insulina, sendo interessante nos pacientes com diabetes tipo 2 (não insulino-dependente). No aparelho digestivo ele atua associado a uma menor incidência de úlcera péptica, úlcera duodenal e devido atuar no colesterol, ele parece reduzir a formação de cálculos no interior da vesícula biliar. Já no trato urinário ele parece reduzir em até 60% o risco de formação de cálculos urinários devido estimular a diurese. É citado também que ele é capaz de reduzir as chances de uma infecção pulmonar, sendo mais eficaz até que alguns antibióticos. Ele atua no emagrecimento pois auxilia e estimula a função pancreática, responsável pela queima das gorduras. O resveratrol se mostrou capaz de inibir a multiplicação do vírus que provoca a doença de Herpes. O vinho também mostrou ser capaz de melhorar a densidade óssea, reduzindo as chances de osteoporose. E na visão atua como antioxidante diminuindo a degeneração ocular.
“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio.”
– Hipócrates –
A verdade é que estamos em constante busca de melhorar a nossa saúde e a ciência tem desempenhado um brilhante papel em trazer inúmeros dados para que possamos aplicar em nossas vidas. Hoje sabe-se que para se obter verdadeiramente saúde física e mental é necessário uma série de fatores como diminuir a carga do estresse, dormir bem, se alimentar de forma adequada, praticar atividades físicas regulares e bem planejadas, monitorar a saúde visitando com regularidade o médico da sua confiança, buscar fazer atividades que nos dê prazer e claro não deixar de incluir a dose de resveratrol em nossa dieta diária. Espero que após esses compilados de razões mencionados em todos esses estudos acima, você possa refletir e avaliar sobre a importância de inserir de forma moderada o vinho em sua dieta diária. Finalizo desejando muita saúde a você leitor e que não esqueças da célebre frase do médico e físico suíço-alemão Paracelso, dita no século XVI, “A DIFERENÇA ENTRE O REMÉDIO E O VENENO É A DOSE”.
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