A história do vinho é muito antiga e se confunde com a própria história da humanidade. Sabe-se até que a espécie (Vitis) a uva , existe desde a pré-história. Os últimos achados arqueológicos foram encontrados na região do Cáucaso Georgiano, bem na região onde se tem a fronteira transcontinental entre a Europa e Ásia, entre o mar Negro e o mar Cáspio. E exatamente nesta região foram achadas 8 ânforas, que são aquelas grandes jarras de terracota “barro”, e através da técnica de carbono dataram 8 mil anos, nelas foram detectados resquício de ácido tartárico, que nada mais é do que o próprio DNA do vinho.
Tradicionalmente nesta região escavam os troncos das árvores de maior porte e que as usam para substituirem as cubas. Neles esmagam e pisam as uvas. Depois esvaziam o mostro, colocando em grandes ânforas de barro, e selam com cera de abelha suas tampas e depois enterram para que aconteça o processo de vinificação da maneira mais natural possível. Esse método antigo denominado QVEVRI foi tombado pela UNESCO em 2013 como patrimônio imaterial da humanidade.
EGITO
Na civilização egípcia o vinho era considerado uma bebida sagrada, oferecido aos deuses como tributo pelos faraós, foi também utilizado em rituais pelos sacerdotes egípcios, e seu consumo não era permitido para as classes mais baixas da população, só aos faraós e aos sacerdotes. Para os bárbaros era liberado o consumo da cerveja. O interessante é que foram encontradas jarras de vinho em muitas tumbas de faraós, uma das mais famosa é a do Tutancamon.
Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio.”
-Hipócrates-
FENÍCIOS
Os fenícios contribuíram para disseminação do vinho pelas margens do Mediterrâneo, levando para antiga Grécia e com isso foi se evoluindo.
GRÉCIA
Os gregos foram a primeira civilização a elevação de fato a qualidade do vinho, e essa bebida foi citadas por inúmeros filósofos que o correlacionavam aos diversos benefícios do vinho para a saúde do corpo e da alma. Os médicos gregos foram os primeiros a prescreverem o vinho como medicamento, incluindo Hipócrates, considerado mais tarde o pai da medicina. E vale lembrar de uma clássica frase dele, “ Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”.
Os gregos também aprenderam a adicionar ervas e especiarias ao vinho para disfarçar a deterioração. Foram os gregos os responsáveis pela introdução de vinhas e produção de vinhos em suas colônias do Sul da Itália, conhecida como “Oinotria” ou “terra do vinho”, designado mais tarde como Enotria pelos romanos. Dionísio era o deus do vinho para os gregos.
ROMA
Já na civilização romana a sua divindade do vinho era o Baco. A força da vinicultura na Europa Ocidental é devida principalmente a influência do império romano, esse foi o maior império militar que se tem notícia e que a cada nova conquista levavam a cultura vínica junto, o que os tornaram os maiores propagadores dessa cultura. Os romanos trouxeram grandes contribuições ao mundo do vinho, tais como na classificação de castas, descrição de características de amadurecimento da uva, identificação e reconhecimento de doenças do solo, técnicas para o aumento de rendimentos de produção através da irrigação e técnicas de fertilização.
Sem dúvida, o papel que Roma teve para o mundo dos vinhos é enorme, se observarmos no mapa a área de ocupação por esse império de conquistas e correlacionarmos na atualidade nesta mesma área territorial, hoje são produzidos cerca de 70% do vinho mundial, por ai se dá pra se ter uma ideia da forte herança romana até os dias de hoje .
Uma curiosidade interessante sobre os romanos é que as mulheres romanas eram proibidas de beber vinho, então quando o marido chegava em casa, cheirava a boca da esposa com o intuito de fiscalizar se a mesma havia ingerido vinho, e diz a história que foi dai que surgiu o ato de beijar.
Com a queda do Império Romano há um declínio importante na produção do vinho.
IDADE MÉDIA
Neste período o vinho virou figura sacra, fortemente ligada a igreja, era considerado o sangue de Cristo, todas as missas eram realizadas com vinho.Os monges Beneditinos e Cistercienses tiveram um importante papel nessa época , pois eram grandes vinhateiros, fizeram inúmeros experimentos, cultivos e adoravam comer e beber, considerados grandes mestres gourmets. Fica aqui uma bela curiosidade dessa época , você sabia que era considerado crime NÃO BEBER vinho na época da Santa Inquisição, considerado até heresia pela igreja católica, não beber vinho. O vinho foi citado na bíblica mais de 500 vezes.
ÉPOCA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES
Após a Idade Média surgiu o período das Grandes Navegações, onde houveram povos que tiveram destaques de importância como os espanhóis, portugueses e holandeses , onde esses navegaram até todos os continentes levando a vinho e até a viticultura para todos os lados. O vinho no inicio do século XVII era considerado a bebida mais bebida no mundo. Vários vinhos clássicos e lendários surgiram nesse período entre o século XVII e XVIII , como Champagne, Châteauneuf–du– Pape, Chianti, Porto, Tokaji.
MODERNIDADE / PRAGA DA PHYLLOXERA (Séc. XVIII – XIX)
Esse período é principalmente marcado pela revolução industrial, vários fatos importantes ocorreram nessa época, inclusive para o mundo dos vinhos, como a evolução das garrafas para transporta-lo. Outro fato importante foi o estudo de Pasteur, onde foi finalmente entendido o que acontecia no momento da fermentação. Foi considerada a época em o vinho era um fenômeno de bebida mundial. Aumento da população e consumo de vinho. A expansão da produção e comercio dos vinhos Fortificados também foi nesse período, sendo considerada o período de ouro para o mercado do vinho.
A praga da Phylloxera surge e dizima os vinhedos mundiais, era devido a ação de um inseto que tinha tropismo pelas raizes das videiras, destruindo os vinhedos pelo mundo. Houveram diversas tentativas de tentar combater essa praga, mas só depois de muito tempo chegou-se a uma descoberta lá em Monpellier (França) , que se enxertasse a planta, fazendo a parte da raiz (cavalo) com a uva de origem americana e a parte superior com a uva europeia, conseguia-se ter a tão desejada resistência a filoxera e assim os vinhedos do mundo conseguiram ser replantados. Uma curiosidade é que raríssimos vinhedos no mundo não foram atacados pela Phylloxera como por na região de Colares em Portugal, local em que o solo é rico em areia, essas plantadas são chamados de Pé Franco.
FINAL DO SÉCULO XIX
Um fato muito importante ocorreu nesta época e que atingiu em cheio o mercado do vinho, foi a lei seca americana, que levou a inúmeras vinícolas a falir, devido o consumo ter entrado em completo declínio.
GUERRAS MUNDIAIS / PÓS GUERRAS
A produção de vinho foi muito impactada pelas guerras, reduzindo consideravelmente a produção e o consumo , considerado um período negro. Já no período pós guerras houve trabalhos para retomada e para aumentar a produção de alimentos, pois a demanda era enorme, com isso o vinho que é um alimento na Europa também seguiu o mesmo crescimento. Surge um novo mercado ascendente em consumo, o mercado americano, e com isso o aumento da classe média, que começa a tomar vinho. Nessa época surgem vários estilos de vinho para vários bolsos, vinhos icônicos até hoje na atualidade tiveram suas primeiras safras nessa época como o português Barca Velha (1952), o australiano Penfold’s (1951) e o espanhol Vega Sicilia (1915).
Nesse período de ascensão aconteceu o Julgamento de Paris, onde em prova cega os vinhos californianos ficaram melhor classificados comparados aos de Bordeaux , tidos na época como os melhores do mundo, esse evento marca uma mudança no eixo de importância vínica do Novo Mundo e Velho Mundo. Estudos surgem comprovando cientificamente os inúmeros benefícios do vinho para saúde, o que ajuda a impulsionar o mercado de vinhos tintos.
PERÍODO CONTEMPORANEO
Na atualidade vivemos um momento em que há uma enorme oferta do Velho Mundo e do Novo Mundo de produtos vínicos, produzidos para todos os gostos e bolsos, inclusive há vinhos de excelência com bons custos. O mercado vinícola se adequou as novas condições mercadológicas, o consumidor é muito mais ouvido pelos players do mercado e pelos produtores, já se conhece bem mais os benefícios do vinho para saúde, o que ajuda a incentivar mais o seu consumo. Lembrando sempre que isso desde que se consumido moderadamente e frequentemente.
Depois de desse rápido passeio pela história do vinho, espero ter feito você perceber quanto essa bebida é maravilhosa, perdurando seu consumo por tão longo tempo, e a cada novo momento mais descobertas positivas são publicadas sobre o seu benefício para a nossa saúde. Convido você agora a se servir de uma taça de vinho para a sua dose diária de resveratrol e elevar um brinde a Saúde !!!
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