A Itália é país em que é impossível dissociar a sua cultura, do consumo de vinho. Esta, está diretamente ligada à riqueza gastronômica, à importância econômica e aos mais diversos aspectos sociais em que possamos analisar com mais afinco .
Há relatos de que os gregos chamavam a essa pátria de Enotria (Terra do Vinho), nome esse, dado devido seu espaço territorial ter se mostrado muito propício a vinicultura e é claro, que ao longo dos séculos só foram ainda mais aprimorados .
No ano de 2018 ficou no topo do ranking como o maior país produtor de vinho do mundo , segundo a (OIV-2018) , posto esse sempre disputado com sua vizinha tradicionalista na vinicultura também, a França.
Neste artigo me detenho a comentar a região de Piemonte, localizada a noroeste da Itália, como o nome já diz “aos pés da montanha” trata-se de uma grande região, rica em belíssimas paisagem montanhosas. Essa região se distingue pela sua grandeza territorial, sendo a maior da Itália, nela abriga uma grande produção dos mais sofisticados produtos gourmet premium como trufas , massas, chocolates, panetones … , mas também por neste espaço geográfico, ser o berço da produção dos mais sofisticados vinhos de qualidade superior da Itália e que levam a designação DOC ou DOCG.
Esse é o lar dos dois mais conceituados vinhos italianos, o Barolo e Barbaresco e ambos são produzidos 100% com a casta tinta mais famosa da região, a Nebbiolo, que provém da palavra nebbia, que significa neblina, nome dado por referência a uma condição climática na época do outono que é bem freqüente nesta região, rica em encostas e colinas, tornando a paisagem ainda mais linda e bucólica.
Ambos os vinhos são tânicos, concentrados, ricos, cheios de buquês intensos, mas devido terem uma diferença de “terroir” onde são cultivadas essas uvas Nebbiolo , seus vinhos se expressam com grande diferença .
O nome Barolo homenageia o nome do vilarejo que fica no centro da região de Barolo . Nas encostas da vila de Barolo e nos municípios vizinhos , a casta Nebbiolo produz a mais impressionante e poderosa expressão dessa uva, dando a ele mais austeridade, longevidade e poder. Possui alto teor de extratos secos, taninos e elevada acidez. É chamado de rei dos vinhos tintos italianos, pode ser de dois tipos , os Rosso onde nas regras de classificação vínica é exigido 36 meses de maturação , sendo ao menos 18 meses em barrica e o Riserva onde a exigência é de 62 meses de maturação em barrica.
Já o vinho Barbaresco coincide em nomear também uma comuna italiana, mas difere-se por ser mais elegantes do que os vinhos Barolo e costumam ser menos encorpado do que o Barolo, e já que há rei em Piemonte , os Barbarescos são chamados de rainha dos tintos piemonteses.
Nesta região de produção vínica , a Nebbiolo tende a amadurecer um pouco mais cedo e com mais uniformidade, os chamados Rosso tem que ter 26 meses de maturação, exigidos 9 meses ao menos em barrica , já os Riserva a exigência consiste em ter 50 meses de maturação em barrica.
Compartilho a seguir alguns dados estatísticos de produção vínica da região dos Barolos. Possui cerca de 4.200 Hectares de uvas plantadas , sendo 95 % da produção de vini rossi (vinhos tintos), dessas 50% são da casta Nebbiolo destinada aos Barolos , 25% Dolcetto , 15% Barbera , já os 5% restante são produção de vini bianco (vinhos brancos) com as uvas Arneis, Cortese, Riesling, Rossese Bianco, Nascetta.
Geograficamente a cidade de Alba fica bem ao centro de três importantes terroirs Barolo, Barbaresco, Roero. São locais de paisagens montanhosas belíssimas e que levam a um extremo contemplamento da alma de uma enófila apaixonada como eu.
Nessa região não posso esquecer também de relatar a importância das castas Barbera (esta é a terceira uva mais plantada em toda a Itália, a sua frente só a Sangiovese e Montepulciano) e Dolcetto que são as tintas que são consumidas pelos piemonteses em seu dia a dia.
Nesta visita a Piemonte , eu fui em busca dos grandes tintos italianos, mas me deparei também com castas brancas deliciosas. Uma é a uva Arneis, apelidada como a Barolo Bianco e no dialeto piemontês seu nome significa “pequena malandra” referência ao seu exigente e delicado cultivo. Já a outra também se produz deliciosos vinhos brancos que é a Cortese.
A casta Arneis é encontrada nas encostas do Roero, localizado bem a noroeste da Villa de Alba apresenta produção por Denominazione di Origine Controllata e Garantita (DOCG) de Roero e Denominazione di Origine Controllata (DOC) em Langhe. O seu vinho apresenta notas perfumadas , florais, com aromas delicados e sabores generosos de acordo com o tipo de produto ou o perfil que o enólogo possa desejar, sem ou com o tempo de maturação em barrica, podendo levar a uma bela evolução do produto , presenteando aos degustadores com aromas e sabores incríveis .
Não poderia deixar também de comentar que esta pátria produz uma das mais deliciosas gastronomias mundiais. Há uma enorme riqueza em ingredientes, aromas, sabores e das mais diversificadas maneiras dos seus preparos , agradando tanto aos gregos como também aos troianos .
Em visita técnica a empresa TartuLanghe pude conhecer em loco cada detalhe de tudo que envolve o mundo fantástico de uma das delicatessen mais queridinhas dos Grandes Chefes de cozinha dos mais renomados restaurantes mundo a fora , as Trufas.
Piemonte é conhecida por abrigar os mais maravilhosos produtos gourmet premium da Itália. As trufas fazem parte desse magnífico manjar dos deuses produzidos nessa área , rica em aromas e sabores pra lá de especiais, nos permitem viajar em buscas das nossas memórias, e isto sem dúvida é fantástico , pois aguça a nossa capacidade olfativa e gustativa . Há também uma enorme produção de avelãs, que são comercializadas para os mais diversos mercados comerciais. Piemonte abriga fábricas de chocolates da mais alta qualidade também.
Por aqui me despeço com confiança que nos encontraremos em breve para dividirmos conhecimentos desse fantástico mundo dos vinhos.
Saúde, Santé , Cheers, Grazie, Evoé !!!
Fontes e Legendas :
Map (Campagna Finanziata Al Sensi Del REG. UE N.1308/2013 )
OIV ( Organização Internacional da Vinha e do Vinho)
DOC (Denominação de Origem Controlada)
DOCG ( Denominação de Origem Controlada e Garantida)
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