Cultivar e vinificar as uvas fazem parte da cultura e tradição da Geórgia. Um achado histórico comprova que cerca de 8000 anos atrás já se fazia vinho na região do Cáucaso Georgiano, esta descoberta foi graças a técnica de carbono que foi aplicada em 8 ânforas encontradas por arqueólogos e que continham resíduos de ácido tartárico, que nada mais é do que o “DNA do vinho”.
Localizada na Europa Oriental, a Geórgia faz fronteiras com a Rússia, o Mar Negro, a Turquia, a Armênia e o Azerbaijão. A região Norte e a região Sul é de cordilheiras montanhosas ( Grande e Pequeno Cáucaso ), a região do centro é um amplo vale e é onde se encontram as principais regiões de produção vitivinícolas do país, destaca-se a Kakheti como a principal região e que detêm mais de 2/3 das uvas plantadas. A Geórgia possui no total 18 Denominações de Origem Controladas.
O povo Georgiano ( Kartli ) conservou bravamente a sua identidade nacional, mesmo sob a imponência do urso branco ( União Soviética) por tanto tempo em seu território. No ano 1970 a União Soviética era a terceira maior produtora de vinho do mundo, mas no final do século XX, a mesma área vitivinícola reduziu-se e produzia apenas 3% do total mundial. Essa brusca queda foi devido grande parte a campanha do presidente Gorbachev que decidiu cortar o consumo de álcool e em consequência atingiu fatalmente os produtores de vinhos.
A Geórgia teve sua independência 1991 e com a queda da União Soviética nessa época, inúmeras vinícolas haviam sido fechadas e muitas outras abandonadas por falta de demanda de mercado.
Mas o grande amor e respeito pelo vinho e o que ele representa para a história desta pátria, incentivou alguns produtores que ainda haviam mantidos seus vinhedos a expandirem suas vinícolas familiares e trazerem a tradição vinícola a um novo nível, passando essa herança viva de geração para geração.
Esse país apesar de pequeno apresenta variados tipos de climas, pois está localizado entre o Mar Negro e a cordilheira das montanhas do Cáucaso, com diferentes altitudes. A região próximo a zona costeira apresenta clima ameno e de grande índice pluviométrico, já nas áreas de montanha, apresenta clima alpino e seco, essas cadeias de montanhas atuam como uma barreira natural e protetora contra o ar frio do vindo do norte.
Na Geórgia além do clima especial existe uma diversidade do solos ricos em minerais que criam condições naturais únicas para o cultivo da uva.
A Geórgia é uma pátria de riquezas de conhecimentos sobre a uva e o vinho, onde esses se convergem entre ver claramente a longevidade, a potêncialidade e valor nutritivo da casta Saperavi. Casta tinta autóctone, conhecida por ser tintureira e que é uma das grandes representantes nacionais. Há também a histórica e intensa casta branca Rkatsiteli, conhecida por ser a primeira uva plantada após o “Dilúvio por Noé. Há também a Mtsvane Kakhuri que é uma casta branca, muito mais suave e que é muito usada para composição de blends.
O método Qvevri merece parágrafos à partes, essas enormes ânforas ancestrais feitas de barro e que possuem geometria ovalada são chamadas Qvevri e em 2013 esse método de produzir vinho foi classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Esse método consiste na forma mais natural possível de se fazer vinho.
Após a época da vindima os cachos das uvas são pisados inteiros em grandes toras de madeira e depois colocados nesses grandes vasos Qvevri com tudo, com película e ramos. Não são adicionados qualquer tipos de produtos, a fermentação ocorre somente com a ação das leveduras indígenas e sem interferências. Os Qvevri ficam enterrados e são lacrados com cera de abelha, podem ter vários tamanhos de 220L até de 1200L. Ficam em processo de fermentação de 5 a 8 meses e após isso o enólogo e/ou produtor decidem se já pode ser engarrafado ou se enviam o vinho para estagiar em outro Qvevri por mais algum tempo. Há rituais que são tradicionais no momento de se abrir um Qvevri, em alguns lugares há uma espécie de cerimônia religiosa onde os líderes religiosos fazem suas rezas para os abençoar.
Dentre as pesquisas que fiz para redigir esse artigo, percebi que fatos científicos comprovados se cruzavam com fatos religiosos descritos na bíblia. Os achados arqueológicos encontrados na região do Cáucaso comprovam que se guardava vinho nessa região em ânforas há 8000 anos atrás. Na bíblia no livro de Gênesis nos capítulos de 6 a 9, há o relato da história de Noé e da sua enorme embarcação “Arca”, e que após o grande Dilúvio fundeou-se exatamente no monte Ararat, localizado na região do Cáucaso. Na Geórgia a casta muito utilizada para produção Qvevri devido sua intensidade é a Rkatsiteli, conhecida por ser a uva de Noé, dizem que essa é a primeira uva a ter sido plantada no mundo após o Dilúvio.
Enfim depois de tanta riqueza de história, cultura e tradição envolvendo esse nectar dos deuses, informo que já é possível degustar esses intrigantes e magnificos vinhos sem ter que ir a região Transcontinental entre a Europa e a Ásia. Os vinhos de alguns produtores já estão sendo enviados ao mercado internacional e alavancando uma série de prêmios importantes internacionais no mundo dos vinhos.
Gaumarjos !
Saúde ! Cheers ! Santé !
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2 Comentários
Excelente!
Fico feliz que tenhas gostado caro leitor !