O alemão Ludwig Van Beethoven viveu no período de 1770 à 1827, passou grande parte da sua vida na Áustria, onde compôs a maioria das suas obras musicais geniais que se perpetuaram na história como verdadeiros deleite à alma de quem as ouve, sobretudo quando se ouve com o coração.
O que muitos desconhecem é o fato desse gênio está ligado intimamente ao mundo dos vinhos, afinal historiadores afirmam que ele era um grande apreciador da bebida de Baco, dizem até que ele bebia uma garrafa de vinho por refeição e que tinha mais preferências por vinhos austríacos, alemães e húngaros.
Por volta do ano de 1796 o gênio começou a apresentar os primeiros sinais da surdez, aos seus 26 anos de idade. Em 1797 ele contraiu Tifo, e dentre os sintomas desta patologia ele também apresentou exaustão extrema, além do agravamento da surdez, o que lhe levou a seguir os aconselhamentos dos médicos para passar uma temporada no campo. O local escolhido foi o vilarejo vitivinícola de Heiligenstadt, que se localiza nos arredores de Viena, entre o rio Danúbio e uma área florestal, por lá ficou cerca de seis meses. Nesse período redigiu um importante escrito “O Testamento de Heiligenstadt“, que se trata de uma carta redigida para os seus dois irmãos, onde nela ele relata o desespero ao qual estava vivendo, devido a doença, e que estava pensando na possibilidade de cometer um suicídio. Essa carta nunca chegou a ser enviada e só em 1827 foi divulgada, após a sua morte.
O Testamento de Heiligenstadt
A causa morte de Beethoven é cheia de controversas, muitas são as supostas causas como cirrose hepática, pancreatite, peritonite e até de pneumonia. Uma pesquisa denominada “La Libre Belgique” conduzida pelo pesquisador Fabrizio Bucella, da Université Libre de Bruxelle sugere que a verdadeira causa morte foi por excesso de chumbo no vinho que o gênio degustava. Há alguns anos atrás foram realizadas análises toxicológicas dos seus cabelos e ossos e o resultado evidenciou uma concentração elevada de chumbo no momento em que ele morreu. Um fato interessante que vale ressaltar é que o chumbo era utilizado para adoçar e conservar os vinhos desde a antiga Grécia e nesse período em que Beethoven viveu era usual fazê-lo também. Aos amantes do vinho saibam que na atualidade não é mais adicionado esse composto, que pode se tornar extremamente tóxico.
A pesquisa realizada por Christian Reiter da Universidade de Viena, após analisar o cabelo do gênio, concluiu que envenenamento por chumbo foi um erro médico. O médico Andreas Wawruch prescreveu doses elevadas, supostamente dobradas de chumbo para Beethoven com o intuito de tratar uma pneumonia, o que levou a distúrbios gravíssimos no sistema digestivo. Um detalhe importante talvez desconhecido para o médico era a quantidade de vinho que Beethoven consumia diariamente já com quantidades elevadas de chumbo na bebida. E os remédios, uma espécie de “coquetel” eram servidos com vinho no intuito de suavizar o gosto. Com todo esse chumbo ingerido em doses cavalares o fígado não resistiu e as toxinas percorreram todo o corpo do gênio através da circulação até chegarem a serem armazenadas no próprio cabelo do músico.
“Pena, pena, é tarde demais.”
Dizem que foram as últimas palavras ditas pelo compositor no dia anterior a sua morte, em referência ao carregamento de vinho Rieslings da região alemã de Rheingau que ele havia encomendado do seu editor. Talvez tenha dito isso por perceber que não conseguiria mais consumi-los.
Sinfonia nº 9 de Beethoven
Ele sem dúvida se eternizou na história pela genialidade das suas 240 obras ao qual deixou para o deleite da humanidade, uma das suas obras mais significativas e que os grandes especialistas a consideram até como uma verdadeira obra de arte é a Sinfonia nº 9 em Ré Menor, Op.125 , essa ele compôs já completamente surdo utilizando só como referências as sua memórias dos trechos de melodias. Sem dúvida uma das maiores provas da sua genialidade.
Fica o convite à você leitor de servir uma taça de um bom vinho e conectar à sua alma ao prazer da arte em ouvir algumas obras de Beethoven, o gênio da música que amava a bebida de Baco.
Saudações Báquicas !
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Comment
Sua escrita é boa. Como estudioso da História da Música somos convidados a expressar o número aproximado das obras musicais de Ludwig Van Beethoven: somando o catálogo em Opus, o catálogo WoO e a classificação Hess, temos enfim mais de 600 obras. Agradecemos o seu estudo.