A região vitivinícola do Jerez tem histórico de produção de vinhos muito antes de Cristo, foram os fenícios que introduziram a Vitis por essas terras do sul da Espanha. Uma região que predomina uma mistura de culturas, o sentimento de alegria e a beleza das paisagens ensolaradas. Esta área espanhola é o berço da dança flamengo, da criação e competição eqüestres que fazem parte da identidade deste povo e nestas terras, a joia vínica que brilha é o inigualável vinho Jerez.
Resumo das características da Região Jerez
Jerez é um nome de um vinho, de uma cidade e de uma região. A área regulamentada da região para a produção deste vinho, compreende uma espécie de triangulo que envolve três cidades espanholas que são, Jerez de la Fronteira, Sanlúcar de Barrameda e El Puerto de Santa Maria. O clima predominate é o mediterrâneo com presença de brisas do oceano, no verão o calor pode ultrapassar os 40°C com frequência, se tornando um dos grandes desafios para qualquer cultura. O solo predominante é o albariza, que significa “pedra branca” e que possui uma particularidade de reter e preservar a umidade formando uma espécie de camada protetora. As castas produzidas na região são a Palomino (maior quantidade), Pedro Ximénez e a Moscatel.
Para os iniciantes pode parecer difícil entender o longo processo de vinificação pelo sistema de soleira e os processos de estágio biológico ou oxidativo e também todos os estilos de vinhos Jerez, mas a seguir deixo um resumo simples das principais características dos estilos e também algumas sugestões para harmonizações com esses vinhos especiais que carregam uma rica história cultural.
Estilos de Jerez
Fino e Manzanilla
O vinho Jerez Fino é um estilo mais delicado, cor amarelo pálido, fortificado e envelhecido sob o véu de flor e deve ser envelhecido em barrica por um período mínimo de dois anos. Já o Manzanilla é elaborado semelhante ao Fino, com a única diferença é que só pode ser envelhecido na cidade de Sanlúcar de Barrameda. Ambos são produzidos com a casta Palomino. Esses vinhos podem ser harmonizados com caldos, saladas, presunto cru, frutos secos, queijos curados, mariscos, ostras, pescados assados e até com simples azeitonas.
Oloroso
Este estilo passa por um longo processo de envelhecimento sem véu de flor, exposto ao oxigênio, diferente do Fino. O processo de oxidação que passa o vinho confere cor intensa, riqueza aromática e corpo, podendo atingir 20% de grau alcoólico. Este estilo pode harmonizar com carnes assadas, chocolate amargo e queijo azul.
Amontillado
Vinho que passa pelo envelhecimento biológico e pelo oxidativo, resultando em características mistas. De cor âmbar e com aromas e sabores que combinam a intensidade de um Fino e a suavidade de um oloroso. Apresenta notas oxidativas e de leveduras. O nome é uma referência aos vinhos fortificados com a flor, produzidos na cidade de Montilla.
Palo Cortado
O início do processo se da com a flor, mas após 6 meses o bodegueiro decide que o vinho é especial e o fortifica a 17% matando a flor, passando o restante do tempo em oxidação.
Pedro Ximénez
Produzido 100% com a casta Pedro Ximénez conhecida por “PX” , neste estilo de vinho as uvas são submetidas ao processo de desidratação por “asoleo” que é a técnica realizada após vindimar os cachos, eles são colocados sobre esteiras ao sol, onde ocorre a perda de água e a concentração de açúcares. Os vinhos PX possuem elevados teores de açúcar residual chegando a 400g/L, alguns provadores o associam com um xarope, tal a concentração de açúcar desse estilo. O PX harmoniza com queijo azul, queijo curado, sobremesas com doce de leite, chocolate e café.
Enoturismo em Jerez
A região é fascinante pelos seus vinhos e com imensas possibilidades de enoturismo, diversos estilos de Bodegas estão bem preparadas para receber aos visitantes e proporcionar os mais variados tipos de experiências. Vale a pena conferir nas suas plataformas digitais qual a que mais se adequa ao seu interesse. Fica a seguir algumas imagens de diversas Bodegas visitadas por mim.
Bodegas Gonzalez Byass ( Tio Pepe )
O processo de vinificação deste especial vinho sem dúvida é uma arte onde a mão do homem, a ação das leveduras e o tempo compõem uma linda sinfonia, resultando num vinho de caráter inesquecível a quem o degusta. O intuito deste artigo é convidar aos amantes desta bebida milenar a se aventurarem a degustarem os mais variados estilos de vinho Jerez, e após os entenderem e o perceberem verificarem qual lhes agrada mais.
Desejo boas novas descobertas e saúde !
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